O desenvolvimento da criança com microcefalia associada a infecção congênita pelo Zica vírus a partir da atuação do Projeto Voluntário "Pele e Pelo" desenvolvido pela Universidade Federal do Vale do São Francisco
As teorias
Psicogenéticas abordam sobre a origem dos pensamentos e dos processos mentais e
evolutivos, bem como sobre a origem do desenvolvimento do sujeito considerando
aspectos biológicos e sociológicos. Jean Piaget, Henri Wallon e Lev Vygotsky
são os principais teóricos da Psicogenética e visam o estudo da interação dos
aspectos subjetivos com o meio, logo são interacionistas. Esses teóricos buscam
compreender a vida estudando a infância do indivíduo através da observação,
descrição e explicação das mudanças mais significativas que ocorrem durante o
desenvolvimento do sujeito.
Dentro desse
contexto, este texto objetiva abordar sobre o desenvolvimento neuropsicomotor
em crianças com microcefalia associada a infecção congênita pelo Zica vírus a
partir das teorias estudadas em Psicogenéticas, relacionando-as com o trabalho
desenvolvido pelo Projeto Voluntário "Pele e Pelo", na Univasf, por meio da
utilização e da interação com cães.
Atualmente o projeto trabalha com nove crianças de até 3 anos, mas que iniciaram o acompanhamento com idade entre zero e dois anos, período que segundo Piaget caracteriza o estágio sensório-motor, o qual a criança não emprega linguagem, mas ações, para que, dessa forma, a equipe multidisciplinar possa auxiliar na estimulação precoce dessas crianças com microcefalia, já que com base nos estudos sobre a teoria de Piaget percebe-se que a relação do eu com o objeto é importante e necessária, visto que ele defende uma interação entre o mundo exterior e o indivíduo para que ocorra um processo construtivo de desenvolvimento da criança. Esta estimulação precoce, portanto, é feita no projeto Pele e Pelo através da terapia assistida por cães, na qual cada criança é atendida individualmente por estudantes e profissionais das áreas de fisioterapia, psicologia, nutrição e serviço social, todos eles voluntários. O contato da criança afetada pela microcefalia com os cães, ajuda na percepção de estímulos sensoriais e visuais, com isso o papel do animal torna-se muito importante na questão do desenvolvimento neuropsicomotor dessas crianças.
Atualmente o projeto trabalha com nove crianças de até 3 anos, mas que iniciaram o acompanhamento com idade entre zero e dois anos, período que segundo Piaget caracteriza o estágio sensório-motor, o qual a criança não emprega linguagem, mas ações, para que, dessa forma, a equipe multidisciplinar possa auxiliar na estimulação precoce dessas crianças com microcefalia, já que com base nos estudos sobre a teoria de Piaget percebe-se que a relação do eu com o objeto é importante e necessária, visto que ele defende uma interação entre o mundo exterior e o indivíduo para que ocorra um processo construtivo de desenvolvimento da criança. Esta estimulação precoce, portanto, é feita no projeto Pele e Pelo através da terapia assistida por cães, na qual cada criança é atendida individualmente por estudantes e profissionais das áreas de fisioterapia, psicologia, nutrição e serviço social, todos eles voluntários. O contato da criança afetada pela microcefalia com os cães, ajuda na percepção de estímulos sensoriais e visuais, com isso o papel do animal torna-se muito importante na questão do desenvolvimento neuropsicomotor dessas crianças.
Outro ponto
importante da Psicogenética aborda sobre a concepção dialética do
desenvolvimento infantil, tendo como foco as dimensões do movimento e o
desenvolvimento motor. Logo, é por meio de Henri Wallon que o ato motor terá
relação com o mundo físico, com a afetividade e com a cognição, dessa forma
Wallon defende que a motricidade expressiva leva a dimensão afetiva do
movimento. Percebe-se, então, que a primeira função do movimento sobre o meio
humano, é, portanto, atuar no desenvolvimento afetivo, e os cães do projeto
ajudam justamente no desenvolvimento da motricidade expressiva dessas crianças,
já que os estímulos proporcionados a partir das lambidas, do pelo e da
temperatura do animal visam desenvolver nessas crianças respostas afetivas,
como rir, gritar, se mexer, chorar, e, sem dúvidas, independentemente da
resposta dada pela criança, só o fato de ela ocorrer já é uma grande vitória.
Com isso, é
perceptível, que a afetividade é um fator central para a construção do sujeito
na psicogenética de Wallon que define como Estágio Impulsivo Emocional o
período que vai do nascimento até aproximadamente o primeiro ano de vida, o
qual caracteriza-se por uma preponderância emocional e também pela criança
ainda não ter a coordenação motora bem desenvolvida. Ele defende, com isso, que
o ambiente e os estímulos proporcionados são facilitadores para que a criança
desenvolva habilidades como respostas afetivas e emoções diferenciadas. O
projeto Pele e Pelo, portanto, desenvolve seu trabalho com as crianças com
microcefalia associada ao Zica vírus proporcionando o contato delas com os
cães, com os profissionais, bem como com brinquedos de estimulação sensorial
para que haja, dessa forma, um caráter contagioso de emoções, onde um nutre-se
da presença do outro.
A partir disso,
pode-se relacionar também a teoria de Vygotsky, que foca no desenvolvimento da
aprendizagem do sujeito defendendo que nesse processo é essencial que ocorra a
medição, através de elementos como signos e instrumentos, ou seja, algo que o
projeto desenvolve através da utilização do outro no processo de aprendizagem
dessas crianças, seja ele o cão, o fisioterapeuta, o psicólogo ou os brinquedos,
esses meios externos irão levar essas crianças com microcefalia a despertarem
processos internos de desenvolvimento.
Autores:
Barbara Rodrigues Caze
Caio César Fernandes de Santana Bandeira
Caio Ricardo Santos Almeida
Carina Oliveira Rios
Claudio Hummer Freitas de Queiroz
Larissa Kelly Fonseca de Carvalho
Lucas Sousa Matos Soares
Thaís Teixeira de Albuquerque
Referências:
OLIVEIRA, M. K.; DE LA TAILLE, Y.; DANTAS, H. Piaget, Vygotsky e Wallon:
teorias psicogenéticas em discussão. 17a. ed. São Paulo: Editora
Summus, 1992.
PIAGET, J. A Psicologia da Criança. 4a ed. Rio de Janeiro: Difel, 2009.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
GALVÃO, I. Wallon: Concepção Dialética do desenvolvimento infantil. São Paulo: Vozes, 2002.
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