Leucemia e sua relação com o
Sistema Nervoso Central
INTRODUÇÃO
A proposta deste texto é discorrer sobre a leucemia, mais especificamente, sobre a sua relação com o Sistema Nervoso Central. Serão abordados dois dos tipos existentes de leucemia, a Leucemia Linfóide Aguda (LLA) e Leucemia Mieloide nos subtipos Crônica (LMC) e Aguda (LMA), elucidando como elas afetam o SNC, qual sua importância durante o tratamento oncológico e também para o prognóstico dos pacientes.
DESENVOLVIMENTO
As leucemias, no geral, são caracterizadas como uma doença em que há uma proliferação desordenada de células hematopoiéticas na medula óssea. Essas células anormais se sobrepõem ás células normais, e a partir daí se proliferam pelo organismo, podendo se infiltrar em órgãos e afetando-os.
No caso da Leucemia Linfóide Aguda (LLA) há
uma multiplicação de blastos, ou seja, células doentes, de origem linfoide. A
célula afetada é o linfócito, que é um glóbulo branco relacionado com o sistema
imunológico do organismo. A proliferação da LLA é muito rápida, por isso é
chamada de aguda, necessitando assim de um tratamento bastante agressivo. O que
difere a Leucemia Mieloide da Leucemia Linfóide é o tipo de célula afetada, que
neste caso, é a mieloide, que normalmente se desenvolveria para formar alguns
tipos de glóbulos brancos. É mais comum em pessoas acima de 65 anos, com o
subtipo agudo progredindo também de forma acelerada.
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) apresenta o mesmo tipo de célula afetada que a Mieloide Aguda, e também atinge pessoas de mais idade, porém é de baixa progressão. A sua causa está relacionada à uma translocação entre os cromossomos 9 e 22, sendo essa translocação chamada de Cromossomo Filadélfia.
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) apresenta o mesmo tipo de célula afetada que a Mieloide Aguda, e também atinge pessoas de mais idade, porém é de baixa progressão. A sua causa está relacionada à uma translocação entre os cromossomos 9 e 22, sendo essa translocação chamada de Cromossomo Filadélfia.
A principal característica das leucemias é a
sua proliferação e infiltração pelo organismo, e essa é a forma em que o
Sistema Nervoso Central (SNC) pode ser atingido. A incidência da infiltração no
SNC é menor do que em outras áreas ou órgãos, como fígado ou baço, porém recebe
maior importância, pois tem maior potencial de complicação do quadro clínico do
paciente e também do prognóstico.
Sendo a Leucemia uma doença que afeta células do sangue, a infiltração no SNC se dá exclusivamente por via hematogênica, chegando às meninges, que são membranas que revestem o cérebro com o objetivo de proteção, e chegando também ao líquido cefalorraquidiano, que banha todo SNC e a medula e tem função de nutrição e proteção.
Sendo a Leucemia uma doença que afeta células do sangue, a infiltração no SNC se dá exclusivamente por via hematogênica, chegando às meninges, que são membranas que revestem o cérebro com o objetivo de proteção, e chegando também ao líquido cefalorraquidiano, que banha todo SNC e a medula e tem função de nutrição e proteção.
Por causa da infiltração de células leucêmicas
no SNC, alguns sintomas podem aparecer. Os sintomas que mais se manifestam na
LLA são dor de cabeça (cefaleia), náusea, vômito, sensação de pescoço rígido,
distúrbios visuais, elevação da pressão intracraniana e também Papiledema, que
é o inchaço do disco óptico, podendo durar de horas até semanas. Além disso, a
infiltração pode também afetar os nervos cranianos. Um desses nervos que pode
ser afetado é o VII par craniano, que é o nervo facial, responsável por
controlar os músculos da expressão facial e da sensação gustativa de partes da
língua. Ao atingir o nervo facial, a infiltração pode causar Paralisia Facial
Periférica. Antunes et al.(2004) relataram um caso em que houve Paralisia
Periférica Bilateral, decorrente da invasão de células leucêmicas no SNC.
Em relação às manifestações da LMC e LMA no
SNC, Silva et al. (2011) e Gabriel et al. (2007) relataram casos em que houve,
em decorrência da infiltração leucêmica, acidente vascular encefálico (AVE)
hemorrágico e perda súbita da audição. A explicação para o (AVE) hemorrágico
pode ser a de que as células leucêmicas causaram danos na parede vascular. Já a
surdez súbita pode estar relacionada à hemorragia do ouvido interno, também
decorrente da infiltração leucêmica.
Para diagnosticar a infiltração leucêmica no
SNC, o papel do líquido cefalorraquidiano é muito importante. Nos casos em que
houve infiltração, o líquor apresentava grandes índices de células leucêmicas.
E a partir da presença dessas células, o tratamento deve ser mais intenso, com
o uso da quimioterapia intratecal, que é a injeção de medicamentos diretamente
no líquor, com o objetivo de acabarem com as células leucêmicas presentes no
SNC.
CONCLUSÃO
A infiltração leucêmica no Sistema Nervoso
Central deve ser vista com intensa preocupação durante o processo de
tratamento, pois tal acontecimento tem grande potencial de agravar o quadro
patológico do paciente e também de reduzir a chance de sobrevivência. Além
disso, é importante que no decorrer do tratamento sejam realizadas ações
profiláticas contra a infiltração leucêmica no SNC.
REFERÊNCIAS:
ANTUNES, Marcos L. et al. Paralisia
facial periférica bilateral na leucemia linfóide aguda: relato de caso. Rev.
Bras. Otorrinolaringol. São Paulo , v. 70, n. 2, p.
261-264, Apr. 2004 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992004000200018&lng=en&nrm=iso>.
access on 08 Mar. 2019.
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-72992004000200018.
SILVA,
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como apresentação inicial de leucemia mielomonocítica. Relato de caso. Rev. Bras. Clin. Med. São Paulo, 2011
mar-abr;9(2):157-60, Mar. 2019. Disponível em:
<http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2011/v9n2/a1824.pdf>
GABRIEL,
Sthefano Atique et al. Perda súbita da audição e infiltração neoplásica de
sistema nervoso central como complicações da leucemia mielóide crônica. Revista
da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, [S.l.], v. 9, n. 2, p. 15-18,
jul. 2007. ISSN 1984-4840. Disponível em:
<http://revistas.pucsp.br/RFCMS/article/view/388>. Acesso em: 08 mar.
2019.
PEREIRA,
C. J.; CASTRO, F. S. Infiltração de células leucêmicas no sistema nervoso
central (SNC): Uma revisão bibliográfica. Disponível em:
<http://seer.pucgoias.edu.br/files/journals/3/articles/3152/submission/review/3152-9308-1-RV.doc>
INTEGRANTES:
Alcina Gonçalves dos Santos
Itamar Ferreira de Sousa
Luana Dantas de Freitas
Maria das Graças Pereira Pacheco
Maria de Fátima Souza
Natan Damasceno Sudário
Thaís Macêda dos Santos
Igor Fellipe da Silva Aguiar
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