A GENÉTICA
De acordo com o relatório do ano de
2016 da Organização Mundial de Saúde (OMS), 3,3 milhões de pessoas morrem todos
os anos em consequência de problemas com o alcoolismo. O alcoolismo afeta cerca
de 5% das mulheres e 15% dos homens na população brasileira acima de 15 anos de
idade e na maioria dos países ocidentais. Segundo alguns autores, as razões
levantadas para tentar explicar as diferenças no padrão de ingestão entre
homens e mulheres se baseariam nos seguintes fatores: os homens começam a beber
com menor idade; há uma repressão social e cultural para que as mulheres não
bebam em excesso; mesmo aquelas que costumam beber em excesso, procuram
esconder esse fato.
Além destes fatores, uma mesma quantidade
de bebida alcoólica afeta mais rapidamente as mulheres que os homens isso
porquê elas possuem menor quantidade de água no organismo (o que faz com que a
substância fique mais concentrada) e menores níveis das enzimas hepáticas
aldeído desidrogenase e álcool desidrogenase, responsáveis pelo metabolismo do
álcool o que faz com as mulheres em geral fiquem bêbadas mais rápido.
O primeiro passo no metabolismo do
álcool é a oxidação do acetaldeído pela enzima denominada álcool desidrogenase
(ADH) esta enzima converte o álcool em acetaldeído que, mesmo em pequenas
concentrações, é tóxico para o organismo. A enzima aldeído desidrogenase
(ALDH), por sua vez, converte o acetaldeído em acetato. Assim as mulheres são
mais sensíveis ao efeito do álcool por possuírem menores níveis dessas enzimas.
Vale ressaltar, que os indivíduos que possuírem deficiência nessa enzima terão
um aumento no nível sérico (a quantidade de uma determinada substância no
sangue) de acetaldeído após o consumo do álcool provocando então reações
desagradáveis, como náuseas e vômitos. Estes indivíduos tendem então a beber
menos.
Os estudos em famílias vêm demonstrando
com segurança a agregação familiar do alcoolismo, encontrando aumento de três a
quatro vezes na prevalência de alcoolismo em parentes de primeiro grau de
alcoolistas. Alguns estudos, encontraram um padrão de transmissão conjunta de
dependência de álcool com dependência de outras drogas, como cocaína ou
heroína, onde o risco de alcoolismo em parentes de primeiro grau é aumentado em
familiares de dependentes de cocaína e heroína.
A hereditariedade para o comportamento
de beber, bem como para o abuso e a dependência, é complexa e indica o
envolvimento de múltiplos genes, cada um contribuindo para aspectos distintos.
A base genética relacionada a este comportamento, em humanos, ainda é pouco
conhecida, apesar de sua importância clínica e social. Entre estes genes estão
os que codificam a enzima álcool desidrogenase (como o gene ADH1B ou ADH2),
atuando na conversão do etanol em acetaldeído, o gene que codifica a enzima
aldeído desidrogenase (ALDH2), que converte o aldeído em ácido acético; e o
gene que codifica a enzima citocromo P450, a isoforma 2E1 (CYP2E1 – Citocromo
P450, família 2, subfamília E, polipeptídeo 1) que atua pela ação do Sistema de
Enzimas Microssomais Oxidativas (SEMO) que é ativo quando o consumo de álcool
atinge determinado limite.
Não poderia falar sobre a genética do
alcoolismo e deixar de mencionar a síndrome do alcoolismo fetal (SAF), também
conhecida como síndrome alcoólica fetal, ocorre quando a mãe consome álcool em
excesso durante a gravidez, resultando em atrasos no desenvolvimento físico e
mental do bebê. Logo, faz-se necessário entender como o álcool chega até o
feto, após o consumo, o álcool transforma-se em acetaldeído antes de
transformar-se em acetato, o acetaldeído é uma substância com alta capacidade
de difusão em tecidos e líquidos corporais. Assim, no corpo da gestante, o
álcool atravessa a placenta através do sangue materno, chegando ao líquido amniótico
e feto. Após uma hora os níveis de etanol no líquido amniótico e no sangue
fetal são equivalentes aos da gestante. Entretanto, o organismo do feto não se
encontra apto para metabolizar o álcool e assim, a concentração de álcool
permanece elevada por mais tempo.
INTEGRANTES
CARLIANE SILVA
GIOVANNA BARBOSA FERREIRA
LEILA KALINNY GOMES DE SOUZA
LILIANY JANUÁRIO GONDIM
MIRIAM VITÓRIA FERNANDES TAVARES
REBECA MIRANDA REIS
VITÓRIA LORENA FERREIRA VIANA
Acadêmicos do segundo período de Psicologia UNIVASF - 2018.1
LEILA KALINNY GOMES DE SOUZA
LILIANY JANUÁRIO GONDIM
MIRIAM VITÓRIA FERNANDES TAVARES
REBECA MIRANDA REIS
VITÓRIA LORENA FERREIRA VIANA
Acadêmicos do segundo período de Psicologia UNIVASF - 2018.1
MESSAS, G.P. A participação da genética nas dependências químicas. Revista brasileira de psiquiatria. 1999. P. 35-42.
MESSAS, G.P; FILHO VALADA, H.P. O papel da genética na dependência do álcool. Revista Brasileira de Psiquiatria. 2004. P. 54-58.
DOTTO BAU, C.H. Estado atual e perspectiva da genética e epidemiologia do alcoolismo. Ciência & saúde coletiva. 2002. 183-190
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