• Nó Górdio 2
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  • domingo, 10 de março de 2019

    ÁLCOOL E A GÉNETICA


      A GENÉTICA



    De acordo com o relatório do ano de 2016 da Organização Mundial de Saúde (OMS), 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos em consequência de problemas com o alcoolismo. O alcoolismo afeta cerca de 5% das mulheres e 15% dos homens na população brasileira acima de 15 anos de idade e na maioria dos países ocidentais. Segundo alguns autores, as razões levantadas para tentar explicar as diferenças no padrão de ingestão entre homens e mulheres se baseariam nos seguintes fatores: os homens começam a beber com menor idade; há uma repressão social e cultural para que as mulheres não bebam em excesso; mesmo aquelas que costumam beber em excesso, procuram esconder esse fato.

    Além destes fatores, uma mesma quantidade de bebida alcoólica afeta mais rapidamente as mulheres que os homens isso porquê elas possuem menor quantidade de água no organismo (o que faz com que a substância fique mais concentrada) e menores níveis das enzimas hepáticas aldeído desidrogenase e álcool desidrogenase, responsáveis pelo metabolismo do álcool o que faz com as mulheres em geral fiquem bêbadas mais rápido.

    O primeiro passo no metabolismo do álcool é a oxidação do acetaldeído pela enzima denominada álcool desidrogenase (ADH) esta enzima converte o álcool em acetaldeído que, mesmo em pequenas concentrações, é tóxico para o organismo. A enzima aldeído desidrogenase (ALDH), por sua vez, converte o acetaldeído em acetato. Assim as mulheres são mais sensíveis ao efeito do álcool por possuírem menores níveis dessas enzimas. Vale ressaltar, que os indivíduos que possuírem deficiência nessa enzima terão um aumento no nível sérico (a quantidade de uma determinada substância no sangue) de acetaldeído após o consumo do álcool provocando então reações desagradáveis, como náuseas e vômitos. Estes indivíduos tendem então a beber menos.

    Os estudos em famílias vêm demonstrando com segurança a agregação familiar do alcoolismo, encontrando aumento de três a quatro vezes na prevalência de alcoolismo em parentes de primeiro grau de alcoolistas. Alguns estudos, encontraram um padrão de transmissão conjunta de dependência de álcool com dependência de outras drogas, como cocaína ou heroína, onde o risco de alcoolismo em parentes de primeiro grau é aumentado em familiares de dependentes de cocaína e heroína.

    A hereditariedade para o comportamento de beber, bem como para o abuso e a dependência, é complexa e indica o envolvimento de múltiplos genes, cada um contribuindo para aspectos distintos. A base genética relacionada a este comportamento, em humanos, ainda é pouco conhecida, apesar de sua importância clínica e social. Entre estes genes estão os que codificam a enzima álcool desidrogenase (como o gene ADH1B ou ADH2), atuando na conversão do etanol em acetaldeído, o gene que codifica a enzima aldeído desidrogenase (ALDH2), que converte o aldeído em ácido acético; e o gene que codifica a enzima citocromo P450, a isoforma 2E1 (CYP2E1 – Citocromo P450, família 2, subfamília E, polipeptídeo 1) que atua pela ação do Sistema de Enzimas Microssomais Oxidativas (SEMO) que é ativo quando o consumo de álcool atinge determinado limite.

    Não poderia falar sobre a genética do alcoolismo e deixar de mencionar a síndrome do alcoolismo fetal (SAF), também conhecida como síndrome alcoólica fetal, ocorre quando a mãe consome álcool em excesso durante a gravidez, resultando em atrasos no desenvolvimento físico e mental do bebê. Logo, faz-se necessário entender como o álcool chega até o feto, após o consumo, o álcool transforma-se em acetaldeído antes de transformar-se em acetato, o acetaldeído é uma substância com alta capacidade de difusão em tecidos e líquidos corporais. Assim, no corpo da gestante, o álcool atravessa a placenta através do sangue materno, chegando ao líquido amniótico e feto. Após uma hora os níveis de etanol no líquido amniótico e no sangue fetal são equivalentes aos da gestante. Entretanto, o organismo do feto não se encontra apto para metabolizar o álcool e assim, a concentração de álcool permanece elevada por mais tempo.




    INTEGRANTES

    CARLIANE SILVA
    GIOVANNA BARBOSA FERREIRA
    LEILA KALINNY GOMES DE SOUZA
    LILIANY JANUÁRIO GONDIM
    MIRIAM VITÓRIA FERNANDES TAVARES
    REBECA MIRANDA REIS
    VITÓRIA LORENA FERREIRA VIANA
    Acadêmicos do segundo período de Psicologia UNIVASF - 2018.1





     REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :



    MESSAS, G.P. A participação da genética nas dependências químicas. Revista brasileira de psiquiatria. 1999. P. 35-42.

    MESSAS, G.P; FILHO VALADA, H.P. O papel da genética na dependência do álcool. Revista Brasileira de Psiquiatria. 2004. P. 54-58.

    DOTTO BAU, C.H. Estado atual e perspectiva da genética e epidemiologia do alcoolismo. Ciência & saúde coletiva. 2002. 183-190 





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