• Nó Górdio 2
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  • domingo, 10 de março de 2019

    ÁLCOOL E A MORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO


     ÁLCOOL E A MORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO



    O álcool tem a capacidade de lesionar tecido adiposo, e como o cérebro em sua maior parte é coberto por esse tecido, a ingestão do álcool pode deteriorá-lo de forma a mudar sua bioquímica. Ele age como depressor do Sistema Nervoso Central e provoca uma desorganização dos impulsos nervosos, altera a transmissão sináptica. O álcool tem efeito em alguns neurotransmissores muito importantes: Ele altera a ação sináptica do Glutamato, que é o maior neurotransmissor excitatório no cérebro. O etanol também potencializa a ação do ácido gama-aminobutírico (GABA) que é o principal neurotransmissor inibitório do Sistema Nervoso Central.


    O álcool inibe a atividade de regiões cerebrais responsáveis pelo sistema da memória ao mesmo tempo que aumenta a atividade de áreas do cérebro relacionadas ao prazer e afeta o sistema dopaminérgico, que tem como uma de suas funções o controle sobre a ingestão do álcool, o que faz com que esse controle seja afetado. Além disso, por estar ligada ao prazer, pode tornar o organismo viciado na sensação prazerosa trazido pela dopamina fazendo com que quanto mais o indivíduo consuma a substância, menos queira parar de consumi-la. Dessa forma, há um mecanismo que, com o consumo constante do álcool, se adapta a certas quantidades da substância e que na falta ou diminuição do uso causará abstinência.


    O etanol também provoca alterações na quantidade de serotonina, considerada o hormônio da felicidade, pois regula o prazer e o humor. Grandes quantidades dela, podem ser responsáveis por atos de violência. O álcool pode causar danos ligados diretamente ao seu uso, mas também danos decorrentes no cérebro podem ser decorrentes de fatores indiretos, como saúde geral debilitada ou doença hepática severa.  A deficiência de tiamina, a vitamina B1, por exemplo, pode ser um desses fatores. Ela é um nutriente importante para todos os órgãos e tecidos, incluindo o cérebro.


    O alcoolismo somado a essa deficiência pode gerar consequências no cérebro como a Síndrome de Wernicke-Korsakoff. Trata-se de uma doença caracterizada por duas diferentes síndromes, uma de curta duração chamada Wernicke e outra permanente e bastante debilitante chamada Korsakoff. Os sintomas da Síndrome de Wernicke incluem confusão mental, paralisia dos nervos que movem os olhos e dificuldades de coordenação motora. Aproximadamente 80 a 90% desses pacientes manifestam a Síndrome de Korsakoff, caracterizada por perdas de memória anterógrada (eventos futuros) e de memória retrógrada (eventos passados). Existem, hoje, três fármacos aprovados para o tratamento do alcoolismo: dissulfiram, naltrexona e acamprosato. O primeiro tem sido usado há muito tempo, mas caiu em descrédito por seus efeitos colaterais e pelos problemas de adesão ao tratamento. Os outros dois foram introduzidos mais recentemente. O objetivo desses fármacos é ajudar o paciente a manter a abstinência.


    INTEGRANTES

    CARLIANE SILVA
    GIOVANNA BARBOSA FERREIRA
    LEILA KALINNY GOMES DE SOUZA
    LILIANY JANUÁRIO GONDIM
    MIRIAM VITÓRIA FERNANDES TAVARES
    REBECA MIRANDA REIS
    VITÓRIA LORENA FERREIRA VIANA
    Acadêmicos do segundo período de Psicologia UNIVASF - 2018.1



     REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :

    HAES, T.; CLÉ, D.; NUNES, T.; RORIZ-FILHO, J.; MORIGUTI, J. Álcool e sistema nervoso central. Medicina (Ribeirão Preto. Online), v. 43, n. 2, p. 153-163, 30 jun. 2010.

    WONG, D.; FERREIRA, J.; FONTELES, M.; VIANA, G.; SOUZA, F.; VASCONCELOS, S. ÁLCOOL E NEURODESENVOLVIMENTO: ASPECTOS GENÉTICOS E FARMACOLÓGICOS. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 5, n. 1, 25 ago. 2008.



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