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  • domingo, 10 de março de 2019

    DEPRESSÃO E GENÉTICA

    Resultado de imagem para genetica


        A Depressão é uma doença psiquiátrica que produz alterações de humor caracterizados por tristeza profunda e sentimento de desesperança, ela atinge cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, é um doença incapacitante, é certo que não possui uma causa específica, visto que depende de fatores biológicos e ambientais, por isso existe muita dificuldade de ser diagnosticada e tratada.

    A depressão genética pode ter origem em aspectos psicológicos, ambientais e até mesmo emocionais. A OMS, divulgou em 2017 dados preocupantes mostrando que cerca de 322 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão. O Brasil lidera o ranking de países da América do Sul que sofrem de depressão, com um total de mais de 11 milhões. A depressão pode ser desencadeada por diversos fatores, tais como: acontecimentos traumatizantes na infância, uso de drogas e álcool e até mesmo a predisposição pelo fatores, então, genéticos. Aspectos psicológicos também podem originar a doença, assim como emocionais e ambientais, como citado anteriormente. É importante lembrar, nem todas as pessoas que possuem esta predisposição genética, reagirão da mesma maneira. Isto pq cada mente e organismo de cada pessoa se difere, seja por questões ambientais e até mesmo culturais. Então, a depressão tem relação com a genética? Sim. Estudos mostram que os genes de cada pessoa são responsáveis por cerca de 40% da probabilidade do desencadeamento da doença, isso por conta da vulnerabilidade biológica hereditária. No entanto, esta herança genética não é determinante para o desenvolvimento dela.
          Diversas pesquisas tentam compreender e explicar como fatores genéticos e biológicos atuam com relação a depressão, observações datadas do século XIX com psiquiatras europeus já demonstravam que a depressão  estava mais presente em determinadas famílias, esse dado é um indício de que a depressão também pode ser influenciada por causas genéticas. Justamente para tentar compreender melhor a relação entre fator genético e depressão que 200 cientistas de 161 instituições diferentes realizaram uma pesquisa com a coordenação da Kings College London (Reino Unido), da Universidade da Carolina do Norte (EUA) e da Universidade de Queensland (Austrália). Eles conseguiram identificar cerca de 44 genes que estariam ligados a formas severas da doença, abrindo caminho para novas formas de tratamento e medicações, já que apenas metade desses pacientes respondem bem ao tratamento, nessa pesquisa foram mapeadas 135 mil pessoas com depressão e 344 mil pessoas saudáveis, onde foram encontrados 44 genes associados a depressão. É observado que em pacientes que apresentam formas mais graves da doença, a hereditariedade é um fator de peso em cerca de 40% a 50%, mas ter predisposição genética não significa que o indivíduo chegue a desenvolver esse quadro, já que outros fatores biológicos como disfunções químicas no cérebro e ambientais,incluindo educação cultural e traumas que ocorreram na infância, bem como fatores emocionais e subjetivos também são responsáveis pelo aparecimento da doença, no geral, os resultados dessas pesquisas sáo descritos como "genes associados" a tal doença, pois estão presentes em diversos grupos que apresentam características semelhantes.
        Cientistas da Universidade de Edimburgo na Escócia publicaram um estudo no periódico Nature Communications associando 80 genes que poderiam servir como um "gatilho" no desenvolvimento da depressão, nesse estudo, eles analisaram 300 mil pessoas no intuito de estudar partes do DNA que estariam ligadas a depressão, os genes analisados são importantes para o funcionamento de sinapses, propagando o impulso neural, identificando aqueles que têm um certo potencial de aumentar nosso risco de desenvolver depressão.

          O estudo da influência da genética em fenômenos psíquicos é uma tarefa laborosa,  pois o comportamento humano deriva de fatores genéticos e adquiridos, ou seja, não podemos atribuir determinado comportamento a uma causa apenas biológica ou ambiental, devido a complexidade do comportamento humano, no entanto cientistas de várias partes do mundo veem na genética um elemento chave para a descoberta de novos tratamentos que possam auxiliar as pessoas que sofrem dessa doença.

    Em se tratando de pesquisas, um estudo de genes que usou um método inovador para convocar participantes identificou, pela primeira vez 15 regiões do genoma, que parecem estar associadas à depressão em indivíduos descendentes de europeus. Embora já se soubesse que a depressão pode ocorrer em famílias, a maior parte dos estudos genéticos feitos até agora havia sido incapaz de identificar variantes genéticas que influenciam o risco de depressão. Um estudo anterior havia identificado duas regiões do genoma (conjunto dos genes de uma pessoa) que podem contribuir para um maior risco de depressão em mulheres chinesas, mas as duas variantes são extremamente raras em outros grupos étnicos. Para o estudo, os cientistas analisaram a variação genética comum, utilizando dados de mais de 300 mil indivíduos descendentes de europeus, a partir da base da 23andMe. Mais de 75 mil desses indivíduos relataram ter sido diagnosticados com depressão e mais de 230 mil não tinham histórico relatado da doença.

    A análise identificou duas regiões do genoma consideravelmente associadas ao risco de depressão. Uma delas contém um gene pouco compreendido que é expresso no cérebro e a outra contém um gene que já foi associado anteriormente à epilepsia. Os resultados mostraram 15 regiões genômicas, incluindo 17 locais específicos, consideravelmente associadas com o diagnóstico de depressão. Vários desses locais ficam próximos de genes envolvidos com o desenvolvimento cerebral.

    Integrantes
    Ana Laura
    Camila Santos
    João Vitor Damascena
    José Nilton
    Rubens Henrique
    Maurício Otávio
    Mário Márcio

                       Acadêmicos do segundo período de Psicologia UNIVASF - 2018.1 

    Referências Bibliográficas:
    REVISTA GALILEU. Cientistas identificam genes que podem causar a depressão.

    Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/04/cientistas-identificam-
    genes-que-podem-causar-depressao.html> Acesso em: 10 de março de 2019

    G1. Esforço de 200 cientistas no mundo inteiro cria mapa genético da depressão.

    Disponível em: <https://g1.globo.com/olha-que-legal/noticia/esforco-de-200-cientistas-no-
    mundo-inteiro-cria-mapa-genetico-da-depressao.ghtml> Acesso em: 10 de março de 2019


    EXAME Existem 17 variações genéticas ligadas ao risco de depressão https://exame.abril.com.br/tecnologia/existem-17-variacoes-geneticas-ligadas-ao-risco-de-depressao/ > Acesso em: 10 de março de 2019


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