A Depressão é uma doença psiquiátrica que
produz alterações de humor caracterizados por tristeza profunda e sentimento de
desesperança, ela atinge cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, é um
doença incapacitante, é certo que não possui uma causa específica, visto que
depende de fatores biológicos e ambientais, por isso existe muita dificuldade
de ser diagnosticada e tratada.
A depressão genética pode ter origem em aspectos
psicológicos, ambientais e até mesmo emocionais. A OMS, divulgou em 2017 dados
preocupantes mostrando que cerca de 322 milhões de pessoas no mundo sofrem de
depressão. O Brasil lidera o ranking de países da América do Sul que sofrem de
depressão, com um total de mais de 11 milhões. A depressão pode ser
desencadeada por diversos fatores, tais como: acontecimentos traumatizantes na
infância, uso de drogas e álcool e até mesmo a predisposição pelo fatores,
então, genéticos. Aspectos psicológicos também podem originar a doença, assim
como emocionais e ambientais, como citado anteriormente. É importante lembrar,
nem todas as pessoas que possuem esta predisposição genética, reagirão da mesma
maneira. Isto pq cada mente e organismo de cada pessoa se difere, seja por
questões ambientais e até mesmo culturais. Então, a depressão tem relação com a
genética? Sim. Estudos mostram que os genes de cada pessoa são responsáveis por
cerca de 40% da probabilidade do desencadeamento da doença, isso por conta da
vulnerabilidade biológica hereditária. No entanto, esta herança genética não é
determinante para o desenvolvimento dela.
Diversas pesquisas tentam compreender e
explicar como fatores genéticos e biológicos atuam com relação a depressão,
observações datadas do século XIX com psiquiatras europeus já demonstravam que
a depressão estava mais presente em
determinadas famílias, esse dado é um indício de que a depressão também pode
ser influenciada por causas genéticas. Justamente para tentar compreender
melhor a relação entre fator genético e depressão que 200 cientistas de 161
instituições diferentes realizaram uma pesquisa com a coordenação da Kings
College London (Reino Unido), da Universidade da Carolina do Norte (EUA) e da
Universidade de Queensland (Austrália). Eles conseguiram identificar cerca de
44 genes que estariam ligados a formas severas da doença, abrindo caminho para
novas formas de tratamento e medicações, já que apenas metade desses pacientes
respondem bem ao tratamento, nessa pesquisa foram mapeadas 135 mil pessoas com
depressão e 344 mil pessoas saudáveis, onde foram encontrados 44 genes
associados a depressão. É observado que em pacientes que apresentam formas mais
graves da doença, a hereditariedade é um fator de peso em cerca de 40% a 50%,
mas ter predisposição genética não significa que o indivíduo chegue a
desenvolver esse quadro, já que outros fatores biológicos como disfunções
químicas no cérebro e ambientais,incluindo educação cultural e traumas que
ocorreram na infância, bem como fatores emocionais e subjetivos também são
responsáveis pelo aparecimento da doença, no geral, os resultados dessas
pesquisas sáo descritos como "genes associados" a tal doença, pois
estão presentes em diversos grupos que apresentam características semelhantes.
Cientistas da Universidade de Edimburgo na
Escócia publicaram um estudo no periódico Nature Communications associando 80
genes que poderiam servir como um "gatilho" no desenvolvimento da
depressão, nesse estudo, eles analisaram 300 mil pessoas no intuito de estudar
partes do DNA que estariam ligadas a depressão, os genes analisados são
importantes para o funcionamento de sinapses, propagando o impulso neural,
identificando aqueles que têm um certo potencial de aumentar nosso risco de
desenvolver depressão.
O estudo da influência da genética em
fenômenos psíquicos é uma tarefa laborosa,
pois o comportamento humano deriva de fatores genéticos e adquiridos, ou
seja, não podemos atribuir determinado comportamento a uma causa apenas
biológica ou ambiental, devido a complexidade do comportamento humano, no
entanto cientistas de várias partes do mundo veem na genética um elemento chave
para a descoberta de novos tratamentos que possam auxiliar as pessoas que
sofrem dessa doença.
Em se tratando de pesquisas, um estudo de genes que usou um
método inovador para convocar participantes identificou, pela primeira vez 15
regiões do genoma, que parecem estar associadas à depressão em indivíduos descendentes de europeus. Embora
já se soubesse que a depressão pode ocorrer em famílias, a maior parte dos
estudos genéticos feitos até agora havia sido incapaz de identificar variantes
genéticas que influenciam o risco de depressão. Um estudo anterior havia
identificado duas regiões do genoma (conjunto dos genes de uma pessoa) que
podem contribuir para um maior risco de depressão em mulheres chinesas, mas as
duas variantes são extremamente raras em outros grupos étnicos. Para o
estudo, os cientistas analisaram a variação genética comum, utilizando dados de
mais de 300 mil indivíduos descendentes de europeus, a partir da base da
23andMe. Mais de 75 mil desses indivíduos relataram ter sido diagnosticados com
depressão e mais de 230 mil não tinham histórico relatado da doença.
A análise identificou duas regiões do genoma consideravelmente
associadas ao risco de depressão. Uma delas contém um gene pouco compreendido
que é expresso no cérebro e a outra contém um gene que já foi associado
anteriormente à epilepsia. Os resultados mostraram 15 regiões genômicas,
incluindo 17 locais específicos, consideravelmente associadas com o diagnóstico
de depressão. Vários desses locais ficam próximos de genes envolvidos com o
desenvolvimento cerebral.
Integrantes
Ana Laura
Camila Santos
João Vitor Damascena
José Nilton
Rubens Henrique
Maurício Otávio
Mário Márcio
Acadêmicos do segundo período de Psicologia
UNIVASF - 2018.1 Referências Bibliográficas:
REVISTA GALILEU. Cientistas identificam genes que podem causar a depressão.
Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/04/cientistas-identificam-
genes-que-podem-causar-depressao.html> Acesso em: 10 de março de 2019
G1. Esforço de 200 cientistas no mundo inteiro cria mapa genético da depressão.
Disponível em: <https://g1.globo.com/olha-que-legal/noticia/esforco-de-200-cientistas-no-
mundo-inteiro-cria-mapa-genetico-da-depressao.ghtml> Acesso em: 10 de março de 2019
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